Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]
(imagem retirada daqui)
Esta história começa em Sirta, na Líbia, na noite de 19 para 20 de outubro de 2011, a noite em que Muammar Kadhafi foi morto e capturado.
O coronel Kadhafi governou a Líbia entre 1969 e 2011. Os protestos associados à Primavera Árabe (2011) percorreram vários países do Médio Oriente e do Norte de África com repercussões profundas no equilíbrio político desta área do mundo. Na Líbia eclodiu uma guerra civil e o governo de Kadhafi foi derrubado.
O livro está escrito na primeira pessoa e ao longo de 160 páginas é possível acompanhar as reflexões e memórias de um tirano. Este vê-se como o Irmão Guia que transformou a Líbia e fez tudo o que podia para proteger o seu povo. Refugiado numa casa e em fuga não consegue compreender a revolta do povo.
Um livro pequeno, repleto de de reflexões muito interessantes sobre a forma como os ditadores encaram o seu próprio papel na História.
Não tinha qualquer expectativa sobre este livro e foi escolhido de forma aleatória para a sessão de junho da biblioteca. No entanto, surpreendeu-me e para quem gosta de História recomendo muito a leitura.
"Não sou um ditador!
Sou o vigilante implacável; a loba que protege as crias, com as presas maiores que as goelas; o tigre indomável e cioso que urina nas convenções internacionais para marcar o território. Não sei curvar a espinha nem olhar para o chão quando me atacam de cima. Ando com o nariz bem levantado, com a minha lua cheia à laia de auréola, e espezinho os senhores do mundo e os seus vassalos.
Dizem que sou megalómano.
É falso.
Sou um ser excecional, a providência incarnada que os deuses invejam e soube fazer da sua causa uma religião." (pág. 76)
Boas leituras!
(imagem retirada daqui)
Kate é uma jornalista de 26 anos que trabalha num jornal local em Londres. Um dia é escolhida para escrever sobre o encerramento de Brockwell Lido, uma piscina local ao ar livre e integrada num centro de lazer e desporto. O espaço vai ser vendido pela Câmara Municipal para ser transformado num ginásio privado e a piscina convertida em campos de ténis.
No Lido, Kate conhece Rosemary, uma viúva de 86 anos que frequenta o espaço desde a sua inauguração em 1937. Foi ali que Rosemary se apaixonou pelo seu marido George e que sempre nadaram juntos.
Este é o princípio de uma história sobre uma amizade crescente entre duas mulheres, de gerações distintas, que se sentem sós e que irão ajudar-se uma outra mais do que poderiam pensar no início.
É, igualmente, uma história sobre a importância de determinados espaços públicos, fundamentais para as comunidades locais e para os seus residentes. O livro fez-me refletir sobre a importância dos espaços públicos como as bibliotecas e/ou as piscinas e foi aquilo que me fez mergulhar completamente na história.
Um livro sobre amizade, amor, confiança e lutar por aquilo que é importante. Um livro que conforta e faz acreditar que é possível inverter um determinado rumo, se existir união em torno de um objetivo comum.
"-Vai ser uma grande pena se ele fechar mesmo - diz Jay. - Exatamente o que Rosemary disse a propósito da biblioteca; as pessoas protestaram, mas só depois de ela fechar é que compreenderam o que perderam." (pág. 190)
Recomendo muito a leitura deste livro!
Boas leituras!
(imagem retirada daqui)
Adrien, Nina e Étienne conhecem-se em 1987 no início do 5.º ano e tornam-se inseparáveis. Assim começa a história dos “Três”, a qual decorre entre 1987 e 2017. Através dela é possível acompanhar a infância, adolescência e a entrada da vida adulta dos Três.
A sinopse refere que este é um livro sobre a amizade e a forma como esta evolui ao longo do tempo entre os Três. A amizade é uma constante entre Adrien, Nina, Étienne, entre as suas famílias, que estão presentes sempre que necessário e que os acolhem como se fossem seus. No entanto, a amizade entre os Três provoca igualmente sentimentos de inveja e obsessão naqueles que convivem com eles e que marcam de alguma forma o rumo da história.
O livro, na minha opinião, é igualmente sobre solidão, uma solidão imensa. Esta história é sobre ser invisível aos olhos daqueles com quem a vida é partilhada diariamente e de forma próxima, sem se conhecer verdadeiramente o outro, sem se saber viver num mundo que não reconhece e não aceita as diferenças.
Uma escrita fácil de ler, que prende a atenção, com um mistério, uma sombra que acompanha todo o enredo e que me fez virar página atrás de página. Uma história bem construída, recheada de música, cheiros e sabores que terminei com um sentimento agridoce.
“A Breve Vida das Flores” foi um livro que gostei imenso e que na minha opinião é superior ao livro “Três”. No entanto, vale a pena ler “Três”, sendo que estas histórias não são comparáveis.
“Nina, Étienne e Adrien acabaram de entrar numa infância de inseparáveis. Naquele dia e todos os restantes dias, não me viram”. (pág. 10)
Boas leituras!
29 seguidores
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.