As Mulheres
(imagem retirada daqui)
Califórnia, 1966 - Frankie é uma jovem proveniente de uma família abastada, a terminar a licenciatura em enfermagem, cujo destino está pré-definido: casar e constituir família. No entanto, Frankie quer seguir os passos do seu irmão Finley, o qual foi destacado para a guerra do Vietname. “As mulheres também podem ser heroínas” e Frankie decide contrariar o seu destino. Alista-se no exército, como enfermeira, e parte para o Vietname.
Este é o início de uma história em que é possível acompanhar a vida de Frankie e das suas amigas enfermeiras Ethel e Barb na guerra, bem como o seu regresso a um país, em que os veteranos são apelidados de assassinos, quando terminam das suas comissões de serviço.
Um romance intenso sobre o papel não reconhecido das mulheres nesta guerra, mas também sobre o que é estar num hospital de evacuação em que os feridos sucedem-
-se uns aos outros e em determinadas alturas só resta apertar a mão a um jovem soldado. Como sobreviver a mais um turno, como sobreviver a uma comissão de serviço, como regressar à vida normal, depois de ter presenciado o inimaginável?
Gostei da história de Frankie, mas o que gostei mais foi do enquadramento histórico da mesma. Este é também um livro sobre um país dividido por uma guerra, que deixou feridas difíceis de sarar e afetou toda uma geração, de formas muito diferentes e que tornou a leitura mais interessante.
Guerra era uma coisa; outra bem diferente era bombardear aldeias cheias de mulheres e crianças. Deus sabia que não havia artigos sobre isso no Stars and Stripes. Porque é que não relatavam a verdade?
Surgiu um silêncio entre elas; nele, estava contida a verdade horrível que nenhuma delas queria enfrentar. A aldeia ficava no Vietname do Sul. E só os americanos tinham bombas.
(pág. 111)
Esta foi uma leitura difícil de interromper e recomendo a leitura deste livro.
Boas leituras!
PS. Obrigada equipa do Sapo pelos destaques desta semana. Foi uma boa surpresa e fiquei muito contente.