Amor Estragado
(imagem retirada daqui)
Uma família, como tantas outras, com quatro filhos rapazes. Manel é o filho mais velho e para si a família é o pilar fundamental da sua vida. No entanto, cada irmão segue o seu caminho e a vida de Manel não corresponde ao que sonhou.
Manel, desiludido, casa com uma mulher sem graça, que o envergonha perante a família. Dominado pelo álcool, incapaz de controlar as suas frustrações, sente-se uma vítima, enquanto a sua família o afasta cada vez mais. Já o seu irmão Zé tem a vida que Manel gostaria: casado com uma mulher bonita, com três filhos, em que aparentemente o dia-a-dia corre de feição. Zé assiste à degradação de Manel e à escalada de violência sobre a cunhada. Perdido nos seus fantasmas, não sabe como intervir e os laços familiares condicionam as suas ações.
Este foi um livro que tive de ler devagar e ao qual é impossível ficar indiferente. Um livro com uma linguagem direta, crua, intenso nas descrições e que não deixa nada por dizer. Um livro impactante sobre um tema, infelizmente muito atual, em que o número de vítimas de violência doméstica continua a aumentar todos os anos.
Eu nunca tolerara que um homem batesse numa mulher, e ele teve rédea solta por ser meu irmão. Pegou nos meus filhos ao colo, ensinou-os a andar de bicicleta, e tão só isso me impediu de querer atirá-lo para uma cela. Sei que íamos mentir em tribunal, dizer que a minha cunhada era louca. Ele tinha as mãos sujas do sangue dela, mas eu não podia sujar as minhas com a cadeia de um irmão. Que diriam os meus filhos se lhes mandasse o tio para a prisão?
(pág. 152).
Recomendo muito, mesmo muito a leitura deste livro.
Boas leituras!