A estrela
A estrela ergueu-se muito devagar sobre o Céu, a Oriente. O seu movimento era quase impercetível. Parecia estar muito perto da terra. Deslizava em silêncio, sem que nem uma folha se agitasse. Vinha desde sempre. Mostrava a alegria, a alegria una, sem falha, o vestido sem costura da alegria, a substância imortal da alegria.
E Baltasar reconheceu-a logo, porque ela não podia ser de outra maneira.
em "Os Três Reis do Oriente" de Sophia de Mello Breyner Andresen, pág. 35 (edição Porto Editora, 2013)
Advento #12