Os Loucos da Rua Mazur
(imagem retirada daqui)
Foi a primeira vez que li um livro de João Pinto Coelho. Este livro ganhou o prémio LeYa 2017, mas sabia pouco sobre o mesmo. No entanto, tinha alguma expectativa sobre a história face ao conteúdo da sinopse e a opinião do blog Livros e Saltos, a qual prezo muito.
Ao longo do livro é possível acompanhar a história de Yankel - livreiro, judeu e cego desde nascença; de Eryk - escritor famoso e cristão; e de Shionka - filha da bruxa local. A história começa em Paris, em 2001, quando Yankel e Eryk se reencontram, após terem fugido da povoação polaca onde viviam.
Após o reencontro começa uma viagem ao passado que nos transporta para uma localidade polaca - o círculo perfeito - dividida entre a comunidade católica e a comunidade judaica. Durante a II Guerra Mundial a povoação é ocupada pelos russos e posteriormente pelos nazis.
A história é baseada em factos verdadeiros ocorridos na Polónia durante a Guerra. Um livro que nos faz refletir sobre as atrocidades cometidas durante as guerras e que continuam a ocorrer todos os dias. Um livro que nos questiona sobre o que faríamos se fosse connosco.
A leitura começou de forma lenta, mas sempre com vontade de saber mais. É uma leitura em crescendo, com um final que me deixou sem palavras. É muito difícil ficar indiferente a esta história.
Uma palavra para o título do livro: é um dos títulos mais adequados que li nos últimos tempos. No fim fiquei a pensar quem seriam os verdadeiros loucos.
Aí levantou-se a ventania - tão demente que varreu tudo à sua passagem: a chuva, as ruínas calcinadas do hospício, os cães. Sozinho no meio da rua, àquela hora esquecida, o padre vestido, com a barba a drapejar, procurava a quem rezar.
(pág. 287)
Li este livro em janeiro de 2023 e na altura partilhei a sua leitura na minha página no Instagram, mas não coloquei o texto no blog.
Nesta sexta-feira, dia 20, tive oportunidade de ouvir o escritor João Pinto Coelho na biblioteca. Se já tinha gostado muito do livro “Os Loucos da Rua Mazur” depois desta conversa, a história ganhou uma nova perspetiva e tinha mesmo de partilhar este livro no blog.
Agora espero conseguir ler em breve o livro “Perguntem a Sarah Gross”.
Recomendo muito a leitura deste livro.
Boas leituras!