(imagem retirada daqui)
Desta vez começo pelo fim, recomendo muito a leitura deste livro. Assim, talvez consiga encontrar algumas palavras para escrever sobre esta história. Durante a leitura foram várias as palavras que “correram” na minha mente: labirinto, jogos de espelho, realidades paralelas.
Um escritor, uma jornalista, uma mãe solteira com um filho pequeno, uma mãe, presa numa relação violenta, e com um filho pré-adolescente…diferentes personagens, interligadas entre si, numa realidade em que aparentemente compreendemos as ligações entre as mesmas. No entanto, enquanto o livro avança, surgem questões, muitas questões. Qual o tempo em que decorre a história? Serão aquelas personagens espelhos de si próprias ou de outras personagens semelhantes, em qualquer outro momento da história? Será que esta se repete como um círculo vicioso, em que por vezes só muda o nome da personagem e o contexto? Será possível interromper esse círculo, quebrar a violência existente no mesmo?
Este livro é um labirinto e deve ser lido com muita atenção. É um livro magnífico, que questiona, que “obriga” à reflexão, construído de uma forma que nos envolve até à última página.
Li o livro “Uma Outra Voz” da Gabriela Ruivo Trindade, quando ganhou o Prémio Leya 2013. Esse é um daqueles livros que tenho na memória, porque a leitura marcou-me, mesmo que já não me recorde da história. Talvez, por isso, tivesse muita curiosidade em ler “Lei da Gravidade”. Voltei a ser surpreendida e este livro, também, ficará na minha memória.
“- Ouça, a verdade que está no livro é a minha verdade, aquela que construí para sobreviver à catástrofe. O ser humano é escravo da sobrevivência. Faz sentido; se não sobrevivermos como espécie, acabou-se a existência humana. E, para sobrevivermos, precisamos de construir uma história, um enredo que faça sentido, que nos ofereça uma estrutura e uma identidade. O Homem precisa de sobreviver em dois níveis, o físico e o psíquico.” (pág. 182)
Boas leituras!