Uma mulher não é um homem
(imagem retirada daqui)
Este livro agarrou a minha atenção desde a primeira página até ao último ponto final.
Já terminei a leitura há algum tempo e tenho alguma dificuldade em escrever sobre este romance, porque acho que vou ficar muito aquém do resumo que o livro merece.
Fareeda, Isra, Sarah, Deya – mulheres palestinianas de diferentes gerações, sem escolhas, presas nas tradições de uma cultura em que “Uma filha era apenas uma hóspede temporária, que aguardava em silêncio até que outro homem a levasse, livrando, assim, o pai do fardo financeiro que ela representava.”
É um romance duro que retrata uma cultura em que a violência sobre as mulheres é aceite como parte da vida diária. As mulheres não têm voz, são criadas para ser invisíveis e para servir os pais e os maridos. Os casamentos arranjados fazem parte da tradição e o nascimento de uma filha é algo terrível, quase uma maldição.
Os livros são proibidos, considerados más influências, mas ao longo da história são também uma forma de esquecer as vivências diárias e uma porta aberta para outros mundos.
O confronto entre a tradição palestiniana e a cultura dos EUA é uma constante ao longo do livro e algo como o desejo de frequentar a universidade é aparentemente inatingível. Uma mulher com voz própria e decidida a fazer as suas escolhas é inaceitável.
A forma como as vivências das personagens e os diferentes períodos estão interligados mantém-nos presos ao livro. O final é surpreendente e vai ficar na memória durante muito tempo.
Recomendo vivamente a leitura e é um dos meus livros favoritos deste ano e mesmo dos últimos anos.
Boas leituras!